quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Caso "D", dialogo com R.

R: porque tu vai te rastejar pra cima desse guri aí ? Ele nem quer nada contigo.
Anne .: que guri?
R: é Daniel o nome ?
Anne .: é, e vc sabe que é.
R: eu não lembro os nomes.
Anne .: e não to me rastejando. e eu nem quero ele. Eu nao quero ninguem. Estou bem sem querer alguém.
R: ah pára. Tu armou esse encontro pra que então ?
Anne .: Não é armado. Tenho que entregar para ele. Vamos encontrar e fim. Só entregar o livro e nada mais.
R: SEI.
Anne .: Eu to bem sem querer ninguem, é legal não gostar de ninguém. Daniel já deu fim, é certeza de nunca mais... E eu to falando isso aqui só para eu mesma ter certeza tambem...
R: tá bom.
Anne .: Se minha vida fosse um filme, estaria ele e eu na estação de metro combinada para a entrega do livro. Quando eu fosse entregar para ele, nossas mãos encostariam de leve, um olharia p o outro fixamente, meio sem saber o que fazer. Os dois começariam a tentar falar algo juntos e iria surgir o classico dialogo "Não, fala você primeiro." - "Não, fala vc." Então eu falaria: Bom, já te entreguei o livro... É melhor eu ir." Ele: "É, tambem tenho que ir, obrigada pelo livro." Eu balançaria a cabeça positivamente e morderia os labios por estar nervosa, ele iria se virando devagar e balançando a cabeça tb, daria passos largos mas lentos. Eu olharia para o chão, meio perdida, procurando alguma coisa q não estava ali. Eu me viraria e começaria a ir embora bem devagar, nesse momento me daria conta que ainda gosto dele, que sempre gostei, só tinha deixado de lado porque eu tinha me tornado realista, não podia mais ficar sofrendo por ele... Olharia para trás com a esperança de ainda ver um pedacinho dele indo embora e para a minha surpresa ele estaria voltando, meio sem saber o porquê... Ai ele falaria: "hehehehe, a gente nao se despediu direito, dá cá um abraço." Nos abraçariamos meio sem jeito de inicio, mas depois bem apertado. Ficariamos um tempo assim, nos afastariamos lentamente, olhariamos intuitivamente um para a boca do outro e nos beijariamos.
Fim do ato. Os dois saem de mãos dadas, felicidade no rosto, conforto no coração. E continuara assim.
Anne.: Mas a minha vida não é um filme, a minha vida é muito vida. E o mais provável que aconteça é que a gente nem se encontre. Que o livro vá pelo correio, sem contato algum entre eu e ele. No envelope só o livro, sem nenhum bilhete meu. Um lado meu endereço, do outro, o dele. Separados sem possibilidade de serem juntados sem que o papel seja rasgado...